John Stott

Expor as escrituras é esclarecer o texto inspirado com tal fidelidade e sensibilidade que a voz de Deus seja ouvida e Seu povo lhe obedeça.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Dois desafios dos jovens hebreus na terra de Sinar (Daniel 1)

        No livro vemos um entendimento claro de que vivemos em meio de uma guerra entre dois poderes. Babilônia representando as forças do mal e Jerusalém representando a Deus.
Babilônia (nome grego de Babel) tem destaque no livro de Génesis capítulo 11, logo depois do diluvio, o povo que havia recebido orientação direta de se distribuir sobre a face da terra, havia se reunido com um propósito: vamos construir uma torre que alcance os portões celestiais e vamos “alcançar os portões celestiais” a ideia era, como diz o verso 4: tornar o nosso nome grande (que em linguagem dos dias seria conquistar outro clã/reino). Desde estes dias, os rebeldes da terra de Sinar já sonhavam em ocupar o lugar de Deus, antes que Ele resolvesse destruir o planeta com outro diluvio. Deus confunde (heb. Baal) o idioma e o povo perdem sua mobilização.

Desafio 1: Aceitar a soberana vontade de Deus

Verso 2: o Senhor entrega Jerusalém
Verso 9: Deus “convence” Arioque a aceitar a proposta de uma alimentação diferenciada (apesar de temer mudar uma questão predeterminada).
Verso 17: Deus dá conhecimento e inteligência aos jovens, multiplica suas capacidades.
Vemos nos versos acima uma clara intervenção da parte de Deus ajustando a tudo para que se cumpra sua vontade. Podemos ver a situação e os problemas que passamos por várias perspectivas. Em especial uma pessoa que está de fora consegue enxergar pontos, opções, que os que passam pelos problemas não conseguem. Pensando no episódio em Sinar, posso identificar um Deus que perdeu um povo por sua rebeldia no passado e que tenta atrair e salvar agora, Babilônia ficava na terra de Sinar, então, uma das maneiras de ver a situação, é a de um Deus, cheio de misericórdia e graça, tentando buscar o povo de Babilônia. Desde que o casal se perdeu no jardim do Édem, Deus se revela como especialista em salvar. De que maneira Deus realiza sua estratégia? Permitindo que seu povo fosse levado cativo para Babilônia. Ter o povo de Deus em Babilônia era uma “benção” para os babilônicos.
O desafiador da história era a necessidade de testemunhar a terra de Sinar de um Soberano acima do seu importante rei. Aceitar os propósitos divinos sobre nossos sonhos e projetos é difícil. Assim como foi difícil para Moisés voltar para o Egito, como foi difícil para Abraão a ideia de sacrificar seu filho tão amado. Da mesma maneira que foi difícil para os jovens hebreus saírem das cortes em Jerusalém e serem levados para servir como eunucos na corte de Babilônia.


Desafio 2: tomar sua decisão em momentos críticos.

A preparação para servir na corte de Babilônia era uma verdadeira lavagem cerebral. A tentativa de impor uma cultura, seus ensinamentos e religião. Começando pelo idioma, em Babilônia eram 3:
1.      Sumério (idioma utilizado nas cerimonias e em tudo que tinha que ver com religião)
2.      Acadiano (idioma local de origem semítica)
3.      Arameu (idioma utilizado para comunicação entre as nações)

Teriam que dominar a ciência dos Caldeus (Kaldu) que tinham como função principal a construção de mapas astronômicos. Estes especialistas eram astrólogos também, a prática do horoscopo atual remonta a Babilônia antiga. A transformação cultural incluía aspectos da vida como a alimentação. O rei “determina” o cardápio, essa forma verbal aplicada aqui tem como sujeito apenas o próprio Deus, ou seja, Nabucodonosor em sua tentativa de ocupar o lugar de Deus. Aceitar aquela comida era aceitar a autoridade do rei sobre a vida deles. Quando vemos Daniel com um firme proposito de não aceitar esta situação (verso 8), podemos destacar o conceito dos povos antigos de que Deus é quem provê as necessidades dos seus filhos. As primeiras leis registradas na bíblia estão relacionadas a alimentação (Gênesis 1).
Daniel tomou uma firme decisão, não sabemos o que seria se Arioque não aceitasse, as provas estão de acordo com a nossa condição de superá-las. Uma decisão é necessária diante de tudo o que nos é oferecido pela Babilônia em nossos dias. Quando a tomamos? Agora! Conseguimos ver um Deus tentando nos buscar em meio das tristezas e provas deste mundo? Se você pode ler esta meditação até aqui, pode ser um Deus buscando falar diretamente ao seu coração?

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