John Stott

Expor as escrituras é esclarecer o texto inspirado com tal fidelidade e sensibilidade que a voz de Deus seja ouvida e Seu povo lhe obedeça.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

De Jerusalém a Babilônia


DE JERUSALÉM A BABILÔNIA
Os egípcios não escreviam sobre seus fracassos tinha medo que escrevendo, o fracasso se perpetuasse. O incrível da bíblia é que a bíblia não tem problema EI mostrar as debilidades humanas.
Quando pensamos nos pecados e fracassos dos judeus estamos falando em desonestidade, injustiça para com o pobre, assassinato, transgressão do sábado perseguição aos verdadeiros profetas, manifestação de favores para com os profetas que prometiam prosperidade sem condenar simultaneamente o pecado e adoração a Baal (Jeremias 9:14; 17:19 a 27; 22:1 a 5; 28). a adoração a Ball envolvia uma “série de preferências sexuais”, sexo antes do casamento, sexo fora do casamento, preferência homossexual e bestial.
Apesar de nos encantarmos como a figura de Daniel na cova dos leões, quando seus amigos enfrentando a fornalha ardente, o herói no livro de Daniel é Deus. Ele está no comando, as coisas acontecem de acordo às suas decisões.
Vemos um Deus que busca salvar não somente os hebreus com as provas do cativeiro, mas, que está buscando o povo perdido na Terra de Sinar. Para resgatar essa gente, ele permite que o rei Nabucodonosor leve cativo, jovens da realeza, tementes do senhor.
Vejamos alguns versos do capítulo um de Daniel, onde podemos destacar a soberania de Deus no comando de tudo e de todos (Bíblia King James):
1:2 Então Adonai, o Eterno, entregou a Jeoaquim...
1:9 E Elohim, Deus, fez com que o chefe dos oficiais fosse bondoso para com Daniel...
1:17 ... aprouve Deus lhes abençoar com especial sabedoria e inteligência... e Daniel ainda recebera algo a mais...
Daniel e seus amigos foram levados a Babilônia na primeira deportação (605 a.C), já Ezequiel foi levado na segunda deportação (597 a.C.). Houve ainda uma terceira remessa de cativos em 586, quando os babilônios arrasaram a cidade de Jerusalém e o templo.

OS 3 IDIOMAS DE BABILÔNIA

Ser conhecedor da ciência de Babilônia, começava por aprender os 3 idiomas utilizados no Império: o sumério, a língua religiosa tradicional escrita em símbolos cuneiformes; o babilônico (ou acadiano ), o dialeto nacional de origem semítica também reproduzido em cuneiforme; e, finalmente o aramaico, a língua Internacional dos negócios e da diplomacia, que possuía escrita semelhante as letras que encontramos na bíblia Hebraica moderna.

AS TÉCNICAS MÁGICAS DOS CALDEUS
Também fazia parte importante do programa de estudo o conhecimento das técnicas mágicas dos caldeus. A palavra caldeu estava relacionada a essa função. Derivada da raiz babilônica “caldu”, ela faz alusão a arte de construir mapas astronômicos, uma especialidade dos caldeus. Mas essa ciência tinha outro objetivo além da mera determinação dos movimentos astronômicos. Em última instância a observação dos corpos celestes tinha o propósito de prever o futuro. Os astrônomos caldeus eram, sobretudo astrólogos. A prática atual do horóscopo remonta aos tempos de Babilônia. Os babilônicos assim como muitas pessoas de nossa época, acreditavam que o movimento dos astros determinava o destino humano. Daí a importância de aceitar a soberania de Deus.

A ALIMENTAÇÃO
 Oobjetivo da transformação cultural não se limitava ao campo intelectual, mas atingia os aspectos mais íntimos da vida cotidiana. Por isso, o rei “determina” o cardápio. A forma verbal usada aqui, tem como sujeito apenas o próprio Deus, ocorre outra vez só em um contexto de criação sobrenatural. O uso inesperado do verbo em relação a Nabucodonosor, indica que ao “determinar” o cardápio, o rei estava tomando lugar do criador. Inclusive, no Éden, descobrimos que a primeira lei entregue ao casal, tinha que ver com alimentação. Então os babilônios consideravam o rei como deus na Terra, participar de tal refeição implicava submeter-se a religião babilônica e em reconhecer Nabucodonosor como deus. Daniel possui a mesma preocupação que qualquer judeu que vive no exílio: o alimento (Kosher). Mas há algo mais envolvido aqui. A frase usada por Daniel para designar o cardápio que ele deseja é uma citação literal do relato da criação. As mesmas palavras hebraicas ocorrem com as mesmas associações: “legumes”, “dados”, “a serem comidos” (Gênesis 1:29). Ao reformular a expressão, Daniel está confirmando que o seu Deus e não o rei, é o criador. Daniel nos ensina que a fé envolve tanto a mente quanto o corpo. A ideia de que a religião se importa com o ato de comer pode ser perturbadora para mentalidades influenciadas pelo dualismo platônico. No entanto, é uma preocupação profundamente bíblica.   

A RESISTÊNCIA
Os 3 cativos especialmente Daniel reagiram rapidamente ao novo programa. a própria transcrição dos nomes babilônicos feita no livro de Daniel já faz alusão a este fato. Ao meditar sobre a persitente resistência de Daniel e seus amigos, surge uma lição importante. A educação na infância é crucial. Os cativos hebeus floreceram porque estavam solidamente afirmados e sua cosmovisão hebréia, Eram bastante jóvens quando foram levados para a preparação no conhecimento da cultura Babilônica e para os serviços reais (é possível que Daniel tinha em torno de 16 a 18 anos de idade). Distantes de sua terra e sua cultura. Eles eram vulneráveis. Havia uma pressão intensa para se render a ideologia babilonica; mas, estando bem educados e a fé aprendida em casa, nunca vacilaram. O Deus que atuou em favor de Daniel e seus companheiros é o mesmo Deus que pode e quer fazer coisas similares com sua família hoje. 

OS MÓVEIS DO TEMPLO
Os edifícios sagrados que são dedicados pelos adoradores as suas divindades e frequentemente são considerados como símbolos especiais dessas mesmas divindades presumem presença e ação efetiva. Evidentemente, assim como Deus “entregou” o Reino de Judá as mãos de Nabucodonosor, assim também diz a bíblia que ele “entregou” ao rei os vasos de seu templo, e pelas mesmas razões (Daniel 1:2). Nabucodonosor empreendeu 2 viagens adicionais a Jerusalém, até que transportou para a Babilônia cerca de 5.469 desses objetos.

CONCLUSÃO
Daniel 1 é um capítulo pequeno; mas em seus poucos parágrafos acha se demonstrado o interesse de Deus pelas ações i pelos indivíduos pelos jovens por seu templo e pela final reunificação de toda alma temente a Deus com as outras pessoas e com o próprio Deus. Essas são exatamente as grandes linhas temáticas dos livros de Daniel é Apocalipse.
Daniel 1 mostra Deus em ação. Deus “entrega” os judeus com o propósito de abrir lhes os olhos para as consequências de sua rebelião, de modo a poder futuramente conduzi-los há um melhor estilo de vida.
Daniel 1 prove provas práticas vírgulas apropriadas a compreensão dos habitantes terrestres de que Deus é tanto capaz quanto interessado em nossos assuntos. Deus não apenas cuida de seu povo; ele também é capaz!